Nem preciso dizer que esse é um asana de relaxamento.
Pela foto da postura, fica evidente que todo o corpo entra em relaxamento, não existe mais força, não existe atividade muscular, e espera-se que não existam mais tensões.
Toda a atividade metabólica relaxa gradativamente e as sensações alcançadas podem ser incríveis. Quinze minutos de um bom relaxamento equivalem à algumas horas de sono, e isso já foi cientificamente comprovado.
“Um dos métodos de relaxamento muscular mais conhecidos é aquele proposto na década de 1920 por Edmund Jacobson. Este médico defendia que a ansiedade e a tensão dos músculos estavam vinculadas. Por isso, ajudava os seus pacientes para que pudessem relaxar os seus músculos de maneira voluntária e, deste modo, diminuir sintomas relacionados com a ansiedade, a insonia e outros transtornos.
A técnica desenvolvida por Jacobson recebe o nome de relaxamento muscular progressivo, tendo sido posto em prática pelo próprio com os seus pacientes, os quais ele treinou para tratar a ansiedade, a hipertensão, a insonia e as úlceras, todos eles problemas contra os quais é efetivo relaxar os músculos voluntariamente. Cabe mencionar que esta técnica goza de popularidade ainda hoje.”
No Hatha Yoga, este asana é usado no início das práticas para promover um aquietamento mental, a fim de trazer a consciência do praticante para as experiências do momento presente, e no final como meio de permitir o relaxamento e descanso do corpo.
Porém, este é considerado um dos mais difíceis asanas.
Relaxar significa acalmar, descansar, descontrair entre outros, mas, um conceito muito importante é ‘aflorar algo‘.
Para o Yoga, este asana representa o desapego, a capacidade de entrega para deixar ‘aflorar algo’, ainda que desconhecido. E é esse o mais importante benefício deste asana. Assim, ser capaz de entregar-se por completo, permitindo o total repouso do corpo e da mente é a base deste asana.
O nome ‘cadáver’, vem daí.
Bhagavan Sri Râmana Mahârshi ( 30/12/1879 – 14/04/1950), mestre de Advaita Vedanta (escola filosófica hindu e não dualista) , e homem santo do sul da Índia, aos 16 anos, após a morte de seu pai, experienciou um estado de ‘quase morte’ consciente, que o levou ao estado de realização espiritual por todo o resto de sua vida.
Sua experiência foi deitar-se, na postura do cadáver, e identificar o que ainda permanecia quando ele não sentia mais as pernas, os braços, o corpo, a respiração, a mente. Ele encontrou-se com se Eu maior nesta experiência que transformou completamente sua vida e de muitos que se tornaram seus seguidores.
“Seu dever é SER, e não ser isso ou ser aquilo. “Eu sou o que eu sou” resume toda a verdade. O método é “fique em silêncio”. O que significa o silêncio? Significa destrua seu “eu”, pois qualquer forma é causa de problemas.” Ramana Maharish
Então, vamos tentar ao menos, o relaxamento e a entrega neste asana.
Como fazer:
Benefícios:
Não é preciso falar muito sobre os benefícios depois de tudo que já escrevi acima, mas vale a pena:
Pode-se dizer que quem consegue praticar este asana da forma como os mestres do Yoga descrevem, consegue praticar yoga em fim!
Entregue-se! Experimente! e desfrute!