No mínimo!!!
Em poucos meses completarei meu primeiro ‘meio século de vida’. Fantástico isso.
Estou fascinada com toda transformação que vi e vejo, senti e sinto acontecer em mim.
Sentindo-me envelhecida sim. Meu corpo não suporta, e nem deseja mais as aventuras da juventude. Mas estou adorando isso, sem demagogia, sem querer parecer a mais maravilhosa criatura ao envelhecer.
Por que muitas coisas me incomodam.
Não leio, e nem escrevo, sem meu amigo ‘Z”, e isso às vezes me incomoda. E não é Z de Zorro, é de “Zoiúdu”, apelido carinhoso de meus óculos. Aprendi, com isso, a não esquecer um objeto, coisa que ainda não havia aprendido.
Meus fios de cabelo brancos são bem rebeldes. Mas venho me esforçando para estabelecer um relacionamento harmonioso com eles, já que eles fazem o maior sucesso. Aprendi a cuidar e hidratar as madeixas como nunca havia feito durante toda a minha vida.
Então, quando olho para trás eu vejo o quanto aprendi neste meio século de vida, o quanto me transformei, vejo todos os erros que me ensinaram, e também vejo aqueles erros que desperdicei, e vejo que ainda tenho muito que aprender.
Preciso de pelo menos mais uns cinquenta anos.
Agora que estou começando a desfrutar de todo aprendizado conquistado, e mais capaz de acertar, mais capaz de evitar o erro recorrente, mais capaz de evoluir…preciso e quero viver até os 100 anos de vida. Ou mais…quem sabe.
Mas quero viver bem, é evidente.
Quero, e preciso manter minha saúde, minha qualidade de vida, e a sensação de felicidade.
Quero mais este meio século para viver, e viver bem, desfrutando de todo o aprendizado que acumulei ao longo destes anos maravilhosos, e, o mais importante, em condições de continuar aprendendo o que ainda me falta aprender.
Confesso que ao vislumbrar pela primeira vez em minha imaginação, este novo meio século vindouro, de súbito, senti-me cansada só em pensar quanto tempo ainda teria pela frente, neste corpo que aparenta não ter mais a mesma vitalidade.
Então, tracei planos ousados sim, mas com novas estratégias.
Continuarei à usar o mesmo motor, a mesma carcaça que usei até agora, e que apresentam visíveis sinais de desgaste, porém, adaptarei meus novos planos à esta nova condição.
Em frente, sempre, mas ‘de 0 à 100 em poucos segundos’, não rola mais.
Tenho planos que jamais sonhara ter enquanto vivia minha plena juventude, e me pego as vezes em julgamento cruel por esta minha fictícia irresponsabilidade.
Mas, se é fictícia esta percepção, devo continuar, bastando-me apenas, abandonar o medo, engatar a primeira, acelerar lentamente e seguir em frente, curtindo este barato delicioso que é ser um ser de meio século.
E eu quero mais 50 anos pra chegar onde quero, sendo quem eu sou agora, pronta para ser outra pessoa ao final do segundo meio século, e desejosa de viver o terceiro meio século, talvez…
Pronta, em fim, para viver a eternidade!
Namastê!