Assistindo à um filme, dias atrás, me deparei com situação contraditória, de certa forma engraçada, mas em verdade, muito real.
O filme retrata a história de um mafioso, o mais poderoso da praça, cheio de traumas de infância, fazendo psicanálise, arrependido e decidido a se redimir de seus erros.
Um humano, cheio da razão, dono da verdade, um homem impiedoso, arrogante, dominador, mas, com coração.
O sangue que corre em suas veias é quente e cheio de vida como o de todos nós.
Ele sente fome, sente frio, sede e medos. Tem desejos, e angústias, dorme e acorda como todos nós.
Mas então, o que foi que fez dele um homem tão impiedoso?
O desejo incontrolável de se diferenciar dos demais, de parecer mais forte, mais poderoso, mais deus.
O lado humano deste homem, deu lugar à um simples animal sofisticado, que busca insanamente saciar seus desejos.
Essa cegueira que o acometeu, acomete à todos nós, diariamente, quando fingimos não perceber a existência de vida além de nosso próprio umbigo.
A natureza humana, como a Luz Divina à criou, é pura de coração, é sabia, é altruísta, é infinitamente amorosa e bondosa, porém, submetida a um corpo e mente de natureza animal para poder experienciar este mundo.
A natureza humana é de colaboração em comunidade, e não de luta pela sobrevivência individual.
E, para que haja a evolução da consciência humana, aquela que nos faz racionais, precisamos aprender a conviver com essa dualidade, e escolher qual dessas forças será ouvida: a consciência humana divina ou o instintivo corpo animal? Aliás, essa é a grande e significativa diferença entre humanos e animais. Humanos têm o direito e o poder de escolha entre instinto e consciência. Foi a consciência que levou o impiedoso mafioso de filme a tentar redimir-se.
NAMASTÊ!